Em 5 de julho,de 2011, mais um importante passo foi dado para a causa indígena quando a Aldeia Maracanã representada pelas lideranças Chamakiri Apurinã, Urutau Guajajara, Argemiro Mbya e Carlos Tucano reuniram-se com os professores do “Núcleo de Artes” do ISERJ para contribuir com seus saberes na construção do projeto "A Redescoberta do Carioca através das Diferenças", dando continuidade à reunião anterior ocorrida no dia 20 de junho.
A Lei 11.645/2008 das Diretrizes e Bases altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e estabelece as Diretrizes e Bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, como citam seus artigos:
Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.” (NR)
Naquele dia 20 de junho, os professores no “Núcleo de Artes” do ISERJ deliberaram em reunião um estudo sobre a temática “Carioca”, na perspectiva de pensar o sujeito inserido na sociedade Fluminense, que se relaciona com a cultura e o meio ambiente, ampliando a compreensão dos “diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos”.
Um convite deste núcleo do ISERJ, foi feito e os alunos do Curso de Cultura e Língua Tupi-guarani que ocorre no ISERJ em parceria com o CESAC e representantes de várias etnias indígenas pertencentes à Aldeia Maracanã, participaram de um diálogo com os professores de Artes, divulgando a cultura indígena e traçando possibilidades de ações curriculares para o segundo período de 2011, em todos os segmentos do ISERJ, a fim de que essas ações levem toda a comunidade ISERJ a, através do sentimento, a obter novas leituras do jeito de viver carioca, a uma “Redescoberta do carioca através das diferenças” numa revisitação das nossas memórias, em especial a nossa indígena.
Entre os vieses já pensados vislumbramos estudar a arte através dos utensílios como os de argila, máscaras, brinquedos e brincadeiras, e muitas outras, e os indígenas poderão contribuir para a realização desse evento.
Uma poética e mágica avaliação foi traçada pelos presentes ao final das apresentações que culminaram nas ações curriculares.
O que é ser índio
Ser índio é viver o presente nas asas do tempo sem esquecer o passado imemorial. É ter respeito por tudo que é vivo, respeitar a natureza. É ser natureza na espécie humana, é ser vivo. É um jeito de viver próprio, respeitando a natureza, sua cultura, porém respeitando os outros também.
É ser ser como qualquer outro, que procura resgatar e divulgar sua cultura, querendo respeito pela mesma. É ser a própria Terra, a mãe natureza, a liberdade e a harmonia. É ter o desejo de que as diferenças sejam reconhecidas sem juízo de mais ou menos valor, ser humano como os demais, mas com mais sensibilidade para perceber a natureza e suas necessidades.
Realmente, eu confesso que não sei. Não posso me basear naquilo que me disseram que o índio seria. Diante isso, quero descobrir e conhecer a respeito desse povo que ficou a mercê na história brasileira.
Ser índio é ser o exemplo real do respeito à natureza e a vida. É viver sem agredir, sem destruir nosso planeta, nossa casa.
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