Sou Sonia da Silva Ortiz, Coordenadora do Laboratório Lúdico Interdisciplinar do ISERJ, Mestra em Educação, aluna do Curso de Extensão em Língua e Cultura Tupi Guarani, realizado no ISERJ. Descendo por parte de pai, de Martin Afonso Tibiriçá, “[...]intrépido chefe da aldeia de Inhapuambuçu e régulo de uma parte das tribo dos guaianás estabelecidas nos campos de Piratininga, em verdade dele receberam sangue as mais tradicionais famílias paulistas” (Monteiro Ortiz, 1988, p. 69). Tibiriçá, que significa chefe da tribo maioral, era genro de João Ramalho, que também segundo Darcy Ribeiro (1999, p. 84) por aqui aportou, provavelmente antes de Cabral, e tinha filhos com muitas índias (temericós), em sistema de cunhadismo. Essa história seria bonita se Tibiriçá não tivesse acometido sobre seu próprio irmão Araraí, chefe da confederação de índios tupiniquins, carijós e guaianás para apoiar João Ramalho e os Jesuítas da capitania vicentina. João Ramalho faleceu em 1562, nonagenário e do seu casamento com Bartira ou Mbici, filha de Tibiriçá, batizada Izabel Dias, nasceram oito filhos , entre eles D. Joanna Ramalho da qual descendo, que junto com os filhos de outras índias povoaram a Vila de Santo André da Borda do Campo aonde Ramalho foi capitão, alcaide-mor e vereador. Por parte de mãe sei apenas que meu tataravô Silva era índio de Pernambuco que se casou com Filomena Vianna depois de cativá-la e levá-la com ele. Filomena, como as outras irmãs, que também foram levadas por cablocos e índios do Nordeste, era uma das 12 filhas de um fazendeiro português que para cá viera, e dela nasceu Manoel Vianna da Silva . Este meu bisavô, seguiu a tradição e também cativou a bela Antonia Avelina da Silva, minha bisavó, filha de açoreanos portugueses e tiveram muitos filhos, dizem que 15 barrigadas de gêmeos, entre eles Francisco e minha avó Francisca Vianna da Silva que se casou com Severino Ferreira da Silva, outro compadre, amigo ou parente de Lampião, rei do cangaço. Como retirantes da seca pelo Nordeste, passaram pela Paraíba até chegar a Belém do Pará com a família retirante. Outras sementes indígenas se somaram a essa árvore, mas essas são as mais relevantes.
Referências
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: evolução e sentido do Brasil. 14ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
MONTEIRO, Ortiz. Velhos Troncos. 2ª Ed. Prefeitura Municipal de Taubaté, Taubateana: nº 11, III série, 1988.
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