Este blog se destina a fornecer informações sobre a Língua e a Cultura Tupi-guarani. Além de comunicar eventos relacionados ao tema, traz notícias das aldeias e comunidades indígenas, atualizando sobre os direitos indígenas, apontando blogs e cursos correlatos. Os alunos do curso de extensão que ocorre no ISERJ , em Língua e cultura tupi-guarani, por parceria com o CESAC (Centro de Etnoconhecimento Sócio-Ambiental Caiuré- cnpj 73295875/0001-31) são nossos blogueiros inscritos.
IDENTIDADE DO POVO Tanetehár-Guajajara
ResponderExcluirPor José Guajajara
Organização social e identidade do Povo Tanetehár-Guajajara.
O povo Tanetehár-Guajajara são aproximadamente 30.000 (trinta mil), falantes do Zé’egté, ‘língua verdadeira’ língua do tronco Tupi. Distribuídos em 11 (onze) reservas, registradas e homologadas, e, vivem em aproximadamente 100 (cem) Aldeias (Teko haw, ‘morada’) na maioria localizadas ao sul do estado do Maranhão, - banhadas pelos rios, corda, mearim, grajaú, gurupi, pindaré, e zutiwa - e Amazônia ocidental, além dos povos Tembé-Tenetehar e Awa Guajá, que também falam uma variação do mesmo tronco linguístico, o Tupi-Guarani, e dentro das Aldeias, Zané rekóhaw (‘nossa morada’) se organizam em família extensa, segundo Bart, que afirma, a identidade individual é determinada pelo grupo social.
Assim sendo, uma pessoa assume um sentimento de pertencimento a partir do convívio no status social de um coletivo. Em nível local, estas pessoas aceitam ser julgadas e também julgam da mesma forma o seu semelhante. Nesse sentido é construída uma identidade equivalente as outras pessoas com quem se relacionam diretamente. A aglomeração dessas pessoas semelhantes configura uma unidade entendida como família doméstica Zané rekóhaw. E, no âmbito dessa organização social, ocorre freqüentemente a cooperação, reciprocidade e negociações. Desse modo, passam a produzir algumas normas fundamentais que regem o seu comportamento.
Esta regra é prescrita e mutável no decorrer do tempo. Quando ocorrem quebras, devido a mudança de regras, não significa que o grupo social se torna sem regra, mas institui uma nova regra aceita socialmente pelo grupo.
Por isso, os Tanetehár-Guajajara sobrevivem até hoje, e contribuem muito para com a formação da cultura do povo brasileiro, com o seu jeito de ser.